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A PRESSÃO PELA PELE PERFEITA

Vocês já devem ter percebido meu prazer em tratar de assuntos espinhosos aqui nesse nosso espaço seguro para troca.

Vamos então falar de um tema delicado: Qual o limite a ser seguido no tratamento da imagem, sobretudo no tratamento de pele.

É um assunto que extrapola os limites da fotografia e se confunde com o chamado “padrão de beleza” que é imposto e cobrado por sociedade, mídia, internet, etc.

E existe uma transitoriedade nesse padrão também na fotografia. Há alguns anos era moda a edição pele de boneca de cera, apesar de alguns fotógrafos ainda adotarem esse tipo de edição, hoje a pele mais próxima do natural é a edição mais esteticamente aceita, ao menos é a que me agrada mais.

Ju Campos

Não que lá no começo eu já tenha feito uma edição mais pasteurizada, a mudança faz parte da evolução e busca da identidade própria.

O trabalho do Projeto Descubra tenta buscar uma pele mais próxima do natural, o que não significa que não tenha edição, ela sempre está lá, mais pesada ou menos pesada, de acordo com o gosto da cliente.

Partindo da imagem crua, o processo de edição seguirá a seguinte ordem: ajuste de luz – ajuste de cor – contraste e curvas – saturação – tratamento de pele (suavização, retirada de manchas, espinhas, estrias, celulite, cicatrizes, melasma, pelinhos, olheiras, uniformização de tom de pele, aplicação de textura) – correção de make (batom saindo, unhas descascadas) – volume ressaltando luz e sombras – nitidez – harmonização corporal (correção de postural) – modificações solicitadas pela cliente (aumentar bumbum e peito, diminuir barriga, dar volume ao cabelo, etc).

Por isso que o tratamento de imagem é a parte mais demorada do trabalho. Algumas fotos exigem quase uma hora de trabalho para finalização. Até mais quando exige limpeza de objetos no cenário, o eu cismo em fechar a blusa para esconder um mamilo aparecendo e tornar a foto “postável” nas redes sociais.

Mas voltando ao nosso assunto, existe um limite em todo esse tratamento?

Resposta: Depende!

Para mim, depende da vontade da cliente, SEMPRE.

Jagna Silva

Já fui criticado por isso. Há quem pense que estimular o uso de Photoshop contribuí para aumentar a pressão que as fotos nas redes sociais trazem para as mulheres em busca de um padrão as vezes impossível de se alcançar.

Eu concordo. Entendo também que essa pressão não devia existir de forma absoluta. Essa pressão pode ser responsável por doenças sérias como depressão e anorexia. É responsável pelo exagero em procedimentos estéticos que, aliados a profissionais de idoneidade duvidosa, quando não colocam a vida de mulheres em risco causam deformações irreparáveis.

Pesquisem sobre disformia corporal, é uma coisa muito séria e triste.

Mas cabe a mim julgar a mulher que me procura, paga por um serviço, e quer como resultado uma série de modificações? NÃO CABE.

Acredito que não existe uma fórmula que se possa impor e que vai se aplicar a todo e qualquer caso, a toda mulher.

Existem mulheres super resolvidas com suas marcas, mas que querem se ver nas fotos como as capas de revista. E não existe problema nenhum com isso.

Toda mulher é dona de si e como tal tem o direito de querer o que for, isso é indiscutível.

A pressão é nociva nos dois sentidos, seja pela busca do padrão vigente naquele momento, seja pela imposição da máxima de que ceder ao padrão torna a mulher menos mulher.

Kami

Não cabe a ninguém julgar. Se o procedimento estético vai te deixar feliz, se o Photoshop vai te deixar feliz, e o processo dessa busca não é algo que vai te machucar de alguma forma, você tem todo o direito de perseguir essa felicidade.

O que causa preocupação é somente o “a qualquer custo”, pois ele machuca física e psicologicamente, coloca vidas em risco. Traz mais tristezas que felicidade.

Mais o que o Cadu gosta nas fotos? Vamos lá:

Marcas temporárias como roxos, espinhas, Melasma, celulite, olheiras... eu sempre tiro na edição, acho que é consenso entre as mulheres pedir para tirar.

Marcas definitivas em sempre pergunto para a modelo/cliente o que ela quer e faço. Marcas de nascença, cicatrizes (inclusive as de cirurgia), marcas de expressão, estrias são algo muito pessoal, não vejo problema em tirar se é vontade. Já teve mulheres que pediram para deixar as cicatrizes do silicone e/ou da lipo justificando que fazem parte da história dela. Está tudo bem querer deixar ou querer tirar, é uma decisão pessoal de cada uma.

Eu confesso que acho bonito um bumbum com estrias, acho que te sim poesia naquelas marcas e gosto de mostrar esses versos.

Bumbum da Anna

Marcas de idade ou que definem a expressão da pessoa eu tenho uma tendência mais em suavizar do que tirar por completo sob pena de descaracterizar muito a expressão da pessoa, as vezes a ponto de não parecer a mesma pessoa. Uma mulher que adulta sempre teve bigode chinês pois é uma característica familiar dela, se a gente tira na edição deixa de parecer ela na foto. Mas claro, se pedir eu tiro!

Modificações corporais é uma questão mais complexa. Eu não costumo perguntar, mas estou sempre de ouvidos abertos e pronto para fazer tudo aquilo que a modelo/cliente pedir. É uma questão muito pessoal, exceto quando o uso das fotos será comercial, aí existirá um brieffing antes exigindo algumas modificações.

Algumas modificações eu acabo fazendo já no automático por se tratar de correções posturais, como costas arqueadas para frente dando a sensação de um peito menor, ou um bumbum que a modelo podia ter empinado um pouquinho mais na hora do click.

Sobre a pele no geral, minha edição sempre vai ser mais próxima do natural, preservando texturas, sem dar aquela sensação de pele plastificada de boneca. É um processo bem mais demorado, mas o resultado compensa.

Em resumo, cuidem principalmente da cabeça e não deixem que o cuidado com o corpo ou a busca pelo padrão destruam sua saúde física e mental.

O padrão que eu gosto de fotografar não é o da influencer da rede social que faz jejum e acha isso legal.

O padrão que eu gosto é de gente feliz!

Cadu Batista

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